• 25 de março de 2015
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Dossiê aponta esquema de propina no judiciário maranhense

O empresário maranhense Alessandro Martins teria encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um dossiê sobre um possível esquema de pagamento de propina no judiciário maranhense. Martins cita os juízes Nemias Carvalho, Abraão Linconln, Luís Carlos Nunes Freire e Luiz Gonzaga Almeida, além dos desembargadores Marcelinio Chaves Everton, Raimundo Nonato Magalhães Melo e Paulo Sérgio Velten Pereira.

Empresário maranhense se diz “vítima do golpe do judiciário”

De acordo com informações do blog do jornalista Marco D’Eça, no documento dirigido à corregedora Nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, membro do Conselho Nacional de Justiça, Martins pede “socorro” contra o que ele classificou de “maior golpe do judiciário”.

Cópias do material foram encaminhadas, inclusive, ao advogado Pedro Calmon, Ministério Público e a sites nacionais, como Uol, Yahoo!, Terra e IG.

Print do e-mail encaminhado ao CNJ.

Acusado de fraudes fiscais e preso há três anos, o empresário atribui a queda de sua empresa [Euromar] a um esquema de “propina de mais de R$ 4 milhões pagos por seus concorrentes” aos juízes citados, “para decidirem contra sua empresa”.

No documento, Martins ressalta que, dos juízes acusados, “três já foram aposentados compulsoriamente”. E pede a corregedora que avoque para si o processo 3869/2011, que tramita na 8ª Vara Cível de São Luís.

– Se não houver intervenção urgente do CNJ, especialmente no meu caso, poucos empresários sobreviverão – alerta Martins.

FILHO DE MAGISTRADO ERA LOBISTA
No relato ao CNJ, Martins cita ainda os advogados Fabiano de Cristo e Stênio Viana Melo e o homem identificado por Marcelo Eduardo Costa Everton, que ele aponta como filho do desembargador Marcelino Chaves Everton, responsável pela penhora de um de seus bens,

– O filho do magistrado que penhorou o imóvel, o famoso Marcelo Bolota, veio me propor meio milhão de reais para indeferir a liminar [de penhora] E relatou que eu ainda estaria levando vantagem, pois a dupla de lobistas [Stênio Viana Melo e Fabiano de Cristo] haviam lhe prometido 10% dos R$ 22 milhões – diz o documento assinado por Alessandro Martins.

Na denúncia encaminha à corregedora nacional de Justiça, Alessandro Martins relaciona também os bens e o estilo de vida dos acusados, mostrando, segundo ele, a incompatibilidade com a renda.

– O três primeiros denunciados ostentam patrimônio incompatível com o exercício do cargo, a ponto de um haver comprado da minha mão um Passat, marca VW, em espécie, por R$ 150 mil – diz o denunciante.

A denúncia de 14 páginas encaminhadas pelo empresário maranhense ao CNJ traz ainda alguns fatos sobre os desembargadores citados.

ESQUEMA DE PRECATÓRIOS CITA PREFEITO
Além dessa denúncia, o BLOG DO ANTÔNIO MARTINS vai publicar, ainda essa semana, matérias sobre o esquema de pagamentos de precatórios que aposentou compulsoriamente vários juízes maranhenses. Além de magistrados, o escândalo cita vários advogados, inclusive, o prefeito de São José de Ribamar, Gil Cutrim que na época atuava como advogado e foi acusado de receber recursos autorizados pelos magistrados.

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