• 8 de maio de 2015
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Em Caxias, protesto contra mortes de bebês marca véspera do Dia das Mães

Dezenas de cruzes espalhadas pela Praça da Matriz, no município de Caxias, foi a maneira encontrada pelas mães de quase 200 crianças mortas em 2014 na Maternidade Carmosina Coutinho, a “Maternidade da Morte”, como forma de protesto contra um dos piores casos de descasos com a saúde pública no Maranhão.

Além das cruzes, que foram fixadas em latas de leite vazias, o protesto foi acompanhado de faixas que carregavam a dor de uma frase chocante: “Quase 200 mães não poderão comemorar o seu dia”.

Pertencente à oligarquia Coutinho, a “Maternidade da Morte” passou a abocanhar toda a verba pública para o setor após uma manobra do ex-prefeito da cidade, Humberto Coutinho, do PDT, hoje presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão e tio do atual prefeito, Leonardo Barroso Coutinho, o Léo, PSB.

Apesar de reportagens nacionais da Band e da Recordnoticiarem em rede nacional e internacional que, além das mortes de quase 200 bebês, outras 20 que conseguiram nascer ficaram cegas, as autoridades locais tem permanecido em silêncio, como forma de não se indispor com o presidente da AL, acusado pelo Ministério Público de ser um dos responsáveis diretos pelas mortes dos bebês: R$ 523.479,19 enviados pelo SUS para a aquisição de equipamentos para implantação de uma UTI Pediátrica na maternidade da cidade foram escamoteados por ele. Na época do desvio, houve 234 óbitos na maternidade, sendo 145 nenonatal, 87 fetal e dois materno.

Do total de 42 deputados estaduais abrigados no Palácio Manuel Beckman, apenas três (Wellington do Curso, Andrea Murad e Zé Inácio) se manifestaram, até então, sobre o matadouro de crianças em Caxias, e prometeram voltar ao assunto após uma visita in loco.

Na Câmara Federal, a falta de sensibilidade e de responsabilidade com a dignidade humana é ainda maior: nenhum dos 18 parlamentares insinuou qualquer discurso ou reação.

Já no governo estadual, comandado pelo comunista Flávio Dino, do PCdoB, diante do discurso de mudança e de libertação que o levou ao comando do Palácio dos Leões, o silêncio sepulcral chega a causar ânsia e vergonha.

Afilhado político histórico de Humberto Coutinho, a quem define como copiloto de seu governo, Dino engoliu uma dor semelhante e recente a sofrida pelas mães de Caxias e escondeu o coração e os dedos. Usuário ativo das redes sociais para criticar os descasos provocados pelo clã Sarney e seus aliados, o comunista tem feito de conta que nada aconteceu, que em Caxias crianças não morreram, não morrem, e que o prefeito Léo Coutinho é um dos melhores do país. (Do blog do Atual7.com)

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