Presidente interino da Assembleia também foi indiciado por homicídio

Deputado Othelino até tentou esconder o homicídio, mas o crime foi descoberto depois que ele começou a ser investigado por formação de quadrilha

Engana-se quem pensa que o presidente interino da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, deputado Othelino Neto (PC do B), responde apenas a processo criminal por formação de quadrilha. O parlamentar comunista também foi indiciado pela polícia por causa do atropelamento e morte do vigia Antônio Alves dos Santos ocorrido em setembro de 2002. Além do deputado, foram responsabilizados pelo crime o jornalista Edwin Jinkings (Assessor de Comunicação do TCE), Charlys Wagner Rodrigues da Silva e o capitão PM Joselito Mendes Costa, acusado de encobrir o caso.

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Na época, Othelino era secretário de Meio Ambiente do Estado, Edwin assessor da pasta, e Charlys o motorista. Segundo os autos do processo obtidos pelo blog, no dia 15 de setembro de 2002, dirigindo uma L-200 branca da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Charlys atropelou e matou Antônio Alves, na Avenida Colares Moreira, por volta das 21h. O deputado [na época secretário] estaria como passageiro do veículo, segundo a polícia. Eles fugiram do local sem prestar socorro à vítima, natural de Piracuruca (PI). O vigia tinha 47 anos e trabalhava na Mark Pedras.

Documento mostra inquérito que indiciou Othelino por homicídio

O caso só foi descoberto durante a investigação da polícia e do Ministério Público sobre irregularidades na concessão de créditos florestais pela secretaria. A revelação foi feita por Leonardo de Jesus Cardoso, cunhado de Charlys. Após o acidente, a L-200 foi levada para sua casa, no Bequimão.

Segundo o inquérito, de lá “o senhor Othelino foi transportado para sua residência no Renault Twingo de propriedade de Edwin, que é vizinho de Charlys”. O caso havia sido arquivado pela polícia porque os autores do atropelamento não haviam sido identificados. “No dia seguinte, com ajuda do capitão Joselito, Charlys e Othelino levaram o veículo à oficina de Miguel Ângelo Pinheiro (Avenida Ferreira Gullar, 8 – Ilhinha – São Francisco), onde foram feitos os devidos reparos com vistas a eliminar as avarias e vestígios resultantes da colisão”, relata a peça policial.

De acordo com a investigação, “como o carro atropelador estava sem placas, já que havia sido recebido há poucos dias da Eletronorte, a título de compensação ambiental, e os autores do crime não prestaram socorro à vítima nem procuraram a polícia para noticiar o fato, ao contrário, tentaram apagar qualquer evidência que os ligassem a esse crime, apesar do fato ter sido apurado na Delegacia de Trânsito (DAT), nos autos do Inquérito Policial nº 74/2002, presidido pelo delegado Luís Jorge, a autoria não foi esclarecida, muito embora o veículo em questão tenha sido identificado como sendo uma L-200 branca”.

Todos já prestaram depoimento e, segundo uma fonte policial, Charlys teria confessado o crime. Por conta disso, eles foram indiciados.

Clique aqui para conferir o inquérito na integra.

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